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O 1º andar é dividido ao meio pelo longo e extenso corredor de mais de 30 metros, muito característico nos solares barrocos da época que divide a casa numa zona voltada para a Rua e no lado interior voltado ao jardim da Casa.
O lado voltado ao exterior é marcado pela sequência das designadas salas em enfiada, considerado um clássico nas residências com importância arquitectónica e social. Este modelo, permitia perspectivas com certa imponência e apesar de ser originário de França, é muito comum em Portugal.

A Biblioteca possui móveis executados no século XIX inspirados nos séculos XVII e XVIII aonde se distingue um belíssimo contador em pau preto. Neste espaço, para além de uma pintura a  pastel de 1925 a representar a Senhora Dona Maria Teresa com 8 anos, pode ver-se a espingarda Purdeley e a máquina fotográfica do marido. A caça, a pesca e a fotografia eram hobbies estimados pelo marido da Senhora, que gostava de vir a Monção desfrutar desses prazeres. Nas estantes podemos também ver a biblioteca jurídica do Dr. Martins Salgueiro.

De seguida passa-se à denominada “Sala Francesa”, cujo nome reflecte o estilo de mobiliário aí instalado. Contém um precioso conjunto de móveis Luís XVI, executado nos finais do século XIX com a mais alta qualidade. Sobre a cómoda, estão duas urnas de porcelana de Sévres e um relógio. Nas paredes destacam-se pinturas da escola Holandesa dos séculos XVIII e XIX. Nesta sala está também exposto um conjunto de porcelanas da Companhia das Índias, além de uma fotografia de família e uma notável colecção de jarras de cristal Arte Nova do início do século XX que a Senhora Dona Maria Teresa arrematou num dos leilões que habitualmente frequentava em Lisboa e cujo recorte de jornal guardou aonde constava no título “desconhecida arremata colecção Arte Nova”. Toda esta mobília pertencia ao palacete da praça Marechal Saldanha, em Lisboa, da família Cardeal, existindo fotografias da época que o testemunham. Os tectos da sala foram mandados pintar pela Senhora na década de 90, com intuito de após a sua morte aqui ser colocada esta mobília.

Ao fundo deste corredor localiza-se o espaçoso quarto da Senhora Dona Maria Teresa, com uma cama de pau preto ricamente decorada ao gosto D. João V, mas executada no século XIX, coberta pela última colcha em renda feita pelas mãos da Senhora. Possui um lindíssimo oratório, marmoreado do século XVIII representando os principais Santos da época (Nª Srª Rosário, S. João, S. Roque confessor e Stº António), com um Cristo indo-português da mesma época. O quarto possui um armário ao gosto do século XVII com fotografias da Senhora, do marido, dos pais, avós e primos distantes. Ao fundo da cama destaca-se a secretária aonde estão colocados os objectos pessoais de toucador da Senhora e uma fotografia do marido. O tecto deste quarto é em madeira de castanho, em forma de “maceira” e é original da Casa.

Ao fundo do corredor, no seu topo a ocupar os dois lados da casa, aquele que a Senhora designava como o seu jardim de Inverno.

No lado voltado ao jardim encontra-se o quarto de solteira da Senhora Dona Maria Teresa marcado por dois espaços distintos, a zona de dormir com uma cama de bilros do século XVII de pau preto coberta com uma colcha também feita pelas mãos da Senhora. A outra zona, ocupada por um imponente armário de torcidos e tremidos de pau preto, típico dos finais do século XIX.

Ao lado, o quarto de visitas com mobiliário muito semelhante ao do quarto anterior.

No centro do corredor situa-se a Sala do Jardim que a Senhora designava como “sala do telefone”, era neste espaço que possui acesso directo aos jardins, que a Senhora gostava particularmente e aonde passava grande parte dos serões enquanto se encontrava em Monção, a ver televisão e a bordar, um dos seus maiores gostos. Actualmente possui a colecção de bronzes que vieram do imóvel de Lisboa.

O extenso corredor é percorrido pelas cadeiras de pau preto ao gosto inglês do início do século XIX e outras de estilo Chipendale executadas já nos fins do século XIX, estofadas com tapeçaria bordada, com mestria, pela Senhora e que estavam na sala de jantar de Lisboa. Em frente ao quarto da Senhora D. Maria Teresa está colocada uma vitrina com os utensílios médicos do seu pai e parte da biblioteca médica dos inícios do século XX.

O quarto neo-império voltado para a Rua, é formado por uma mobília de duas camas e dois armários, executada em mogno de Cuba em tons avermelhados do início do século XX, e era designado pelo “Quarto da Mãe”, é inspirado no estilo Império e de gosto característico da rica burguesia da época. Foi neste espaço que a Senhora Dona Maria Teresa veio a falecer.

Do outro lado do corredor, o quarto reservado às funcionárias da Casa, com uma mobília tipicamente portuguesa.

A enorme sala-de-jantar, voltada para o exterior está totalmente coberta por uma Boiserie com armários envidraçados que ostentam louças de Companhia das Índias. Nas cimalhas notam-se enfeites que a ligam ao século XIX. Os móveis são da primeira metade do século XX, no chamado estilo holandês, simplificação do mobiliário dos Países Baixos do século XVII. Em dois armários nos cantos, uma colecção de belíssimos paliteiros em prata. Sobressai uma chocolateira neo-rocaille do mais considerado joalheiro português da segunda metade do século XIX e do início do século XX – a Casa Leitão, fornecedora da Casa Real.
Sobre a mesa uma terrina de prata e dois elegantes candelabros. Em cima do fogão de sala um conjunto de canecas inglesas chamadas de lustrina do século XIX.
Sobre o fogão dois quadros da Escola Inglesa de pintura do século XIX, uma representando galináceos e outra a venda de peixe.

Ao topo do corredor a capela-oratório num estilo tardio D. Maria, muito característica dos solares minhotos.

            

 
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