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As zonas do rés-do-chão foram transformadas. Um dos salões pensado como Sala de Conferências, o outro como Sala de Exposições e posteriormente em 2004, a antiga adega aonde estavam os pipos pertencentes ao seu pai, em zona de recepção já alterada pela Universidade do Minho.

O testamento da legatária era bem explícito e previu que aos móveis e objectos existentes nesta residência se viessem a juntar os da sua elegante casa de Lisboa, mandada construir por si em 1962, no local aonde existia anteriormente uma elegante casa do início do século XX rodeada de jardins. Este edifício construído de raiz situa-se na Avenida Elias Garcia, habitando a Senhora nos últimos andares num triplex de 416 m2, reorganizado pelo célebre decorador e encenador francês Lucien Donnat, onde se incluíam móveis franceses de alta qualidade muito representativos do meio social de origem da mãe, Srª D. Zilda Cardeal, a alta burguesia urbana que era o da sua família nos fins do século XIX e durante o século XX.

Assim, a actual Casa Museu de Monção possui móveis e objectos do pai, o médico Dr. Andrade e da família Cardeal já referida. Esta simbiose não deveria desagradar à Senhora Dona Maria Teresa Salgueiro que apesar de lisboeta de nascença, gostava de ser retratada vestida de minhota (ver fotos da Senhora) e era conjuntamente uma mulher cosmopolita que viajou imenso numa época em que não havia turismo de massas. Refira-se que entre os objectos pessoais foram encontradas recordações de viagens da Senhora D. Maria Teresa com o seu marido, Dr. Emílio Martins Salgueiro, advogado de profissão, em praticamente todos os cantos do Mundo (Brasil, Japão, Estados Unidos, Canadá, Europa quase de forma integral). Tendo entre 1940 e 1945 percorrido todos os Estados Unidos da América (Texas, Los Angeles, Las Vegas, Dallas, Filadélfia, etc.), toda a América do Sul (o Brasil num paquete de luxo aonde o seu nome e o do marido constavam na listagem dos passageiros da 1ª classe), Argentina, etc.

No hall de entrada da Casa Museu de Monção, estão colocadas as fotografias ampliadas da dona da casa e do seu marido, que pelo acervo legado demonstra ter sido um notável fotógrafo, gostando particularmente de fotografar a esposa que era belíssima. São ainda de referir um quadro a óleo da Escola Inglesa de pintura de meados do século XIX e ainda um tapete otomano de oração executado em seda do século XVIII.

Na escadaria está exposta uma das peças mais interessantes do espólio da Senhora, um pano de armar sino-português do século XVII, azul bordado a ouro com uma águia bicéfala no centro. Nas colecções do Museu Nacional de Arte Antiga existe um pano de armar semelhante a este.

            

 
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